A carbonatação é um fenômeno físico-químico que ocorre entre o gás carbônico (CO2) que encontra-se na atmosfera e um dos compostos da pasta do cimento. A partir daí, tem-se como resultado principal a precipitação do carbono de calcário (CaCO3) em uma determinada região do cobrimento do concreto, com a constituição de uma camada que passa a ter uma alcalinidade menor que aquela não afetada por esse fenômeno.
Basicamente este fenômeno ocorre da seguinte forma:
*A água (H2O) penetra nos poros do concreto
*Forma-se uma fina camada de água
*A água dissolve no cálcio (ca) e forma-se o Hidróxido de Cálcio (ca(OH)2)
*O Dióxido de Carbono (CO2) reage com a água (H2O) e forma o Ácido Carbônico (H2CO3)
*O Ácido Carbônico (H2CO3) reage com o Hidróxido de Cálcio (Ca(OH)2) e forma o Carbonato de Cálcio (CaCo3) (cristais)
*O consumo de cálcio (Ca) diminui o pH do concreto, deixando a armadura exposta a corrosão.
FIGURA: Carbonatação no concreto provoca exposição da armadura
O concreto mal curado possui microfissuras que o enfraquecem. A
pré-existência de fissuras nas estruturas facilita a entrada do CO2
e pode acelerar a carbonatação. No livro Propriedades do Concreto, Adam
Neville cita que através de pesquisas observou-se que o aumento do
período da cura, ampliando a molhagem de um dia para três dias, reduziu a
profundidade de carbonatação em cerca de 40%.
Em geral algumas medidas podem ser tomadas para a prevenção dessa patologia, dentre elas estão o bom empacotamento dos agregados e a utilização de aditivos que auxiliam na redução de água no traço do concreto, reduzindo assim a quantidade de poros. Outro fator importante é a qualidade da execução desse concreto, com relação a adensamento (tomando os cuidados adequados para não causar segregação), a correta posição das armaduras e o cobrimento ideal especificado no projeto. Vale ressaltar que o concreto mal curado tende a apresentar microfissuras que facilitam a entrada do CO2.
Quando o concreto estiver endurecido, a recomendação é realizar a
cura com aspersão de água, manta de cura ou cura química. Para Carmona,
“o melhor tipo de cura para as estruturas ainda é a cura úmida, com
aspersão de água por no mínimo sete dias”. Segundo ele, especificamente
em lajes, sempre que possível, deve-se manter uma camada de água na sua
face superior, ou seja, fazer a cura submersa.SUGESTÃO DE LEITURA : LIXIVIAÇÃO
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